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Como uma banda sai do Rock Pesado e vai parar no Pop Orquestral?

A banda australiana Silverchair entrou em hiato em 2011, interrompendo uma trajetória estética bastante peculiar. Nesse post, quero chamar a atenção para o terceiro disco, intitulado Neon Ballroom e lançado em 1999, que foi o primeiro passo numa transformação drástica no estilo da banda.

Young Silverchair members

O trio começou em 1992, quando os membros ainda eram adolescentes, liderado pelo frontman Daniel Johns. O som deles no começo foi comparado ao movimento Grunge (de bandas como Nirvana e Pearl Jam) - e eles chegaram a ser criticados pelas semelhanças. Os dois primeiros discos foram o Frogstomp (1995) e o Freak Show (1997).

Silverchair performs at the Across the Great Divide Tour in 2007.  Date	8 September 2007 Author	Jeanie Mackinder from Canberra, Australia

Já os últimos dois discos trabalham com estilos significativamente diferentes. O som é predominantemente bem mais leve (nas guitarras) e há uma grande ênfase nas linhas vocais e nas (ótimas) performances de Johns como cantor, que são acentuadas por complexos arranjos orquestrais (principalmente no álbum Diorama, de 2002) e por uma abordagem mais direta de rock alternativo (principalmente no derradeiro Young Modern, de 2007). Os discos mesclam (em diferentes proporções) uma concepção composicional ambiciosa com melodias pop acessíveis.

No meio da discografia, há um disco que documenta como a banda "saiu" ou "foi saindo" desse primeiro "lugar" e começando a caminhar na direção do som mais elaborado que eles exploraram posteriormente. É o Neon Ballroom. Daniel Johns considera que esse é, para ele, o "primeiro" disco da banda (como se os outros dois fossem quase uma "outra banda" da qual ele fez parte quando adolescente).

Neon Ballroom front cover

Estão presentes tanto a melancolia, a agressividade e o peso das guitarras do Grunge (que foi um movimento que bebeu bastante do Hard Rock dos anos 70 e do Metal dos anos 80, além do Punk), quanto as experimentações nos arranjos (incluindo instrumentos que não são tradicionalmente ouvidos no Grunge - como piano, cello, violinos) e até o flerte com um som mais pop e acessível (especialmente na canção "Miss You Love").

O crítico Jason Anderson usa a palavra "confuso" para caracterizar esse álbum, mas eu discordo. Eu vejo nele um retrato de uma banda de jovens músicos começando a se expandir criativamente. Daniel Johns já dava sinais de ser um compositor diferenciado e com uma visão artística que viria a transcender largamente o gênero ao qual a banda foi inicialmente comparada. E é justamente a mescla de elementos que torna o disco interessante.

A canção Paint Pastel Princess é um grande exemplo, ainda que seja menos conhecida do que outras que foram singles.


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